37. Unificação da Alemanha



A unificação da Alemanha, política e administrativamente, em um Estado-nação, realizou-se, oficialmente, no dia 18 de Janeiro de 1871. Os príncipes dos estados alemães reuniram-se para proclamar Guilherme da Prússia como Imperador Guilherme do Império Alemão depois da derrota francesa na Guerra franco-prussiana. Informalmente, a transição de fato da maioria das populações falantes de alemão para uma organização federada de estados, teve lugar mais cedo, através de alianças formais e informais, entre nobres — e, também, de forma irregular, devido às dificuldades levantadas pelos interesses de grupos aristocráticos, desde a dissolução do Sacro Império Romano-Germânico em 1806, e da consequente ascensão do nacionalismo ao longo do período das Guerras Napoleónicas. A Alemanha é o último país importante da Europa a se unificar em um estado-nação.

O Sacro Império Romano da Nação Alemã, que tinha agregado mais de 500 estados independentes, foi dissolvido quando o Imperador Francisco IV abdicou em 1806. Apesar da ruptura legal, administrativa e política associada com o fim do Império, os povos das zonas de língua alemã do antigo Império partilhavam uma tradição linguística, cultural e legal comuns, aumentada pela sua experiência compartilhada nas Guerras revolucionárias francesas. Cada estado independente tinha a sua própria classe governante e as suas associações feudais, tradições e leis locais. Porém, eram os representantes dos maiores estados, Prússia e Áustria, que tinham maior poder e acabam por decidir quase tudo. Havia também um conflito de interesses entre Áustria e Prússia. Enquanto a Áustria era contrária a unificação, a Prússia era favorável, pois pretendia aumentar seu poder sobre o território germânico e ampliar o desenvolvimento industrial.

Os modelos das esferas de influência diplomáticas, resultantes do Congresso de Viena, em 1814–15, depois das Guerras Napoleónicas, sancionaram o domínio austríaco na Europa Central. Contudo, os negociadores de Viena não levaram em consideração a crescente força da Prússia no meio dos estados germânicos e, deste modo, falharam ao não visionar que a Prússia iria fazer frente à Áustria para conquistar a liderança entre os estados germânicos.

Para concluir o objetivo de unificar todos os Estados Germânicos, a Prússia precisava conquistar os estados do sul. Porém, o imperador da França, Napoleão III, se opôs a ideia e declarou guerra à Prússia em 1870. Com um exército formado por militares prussianos e de outros estados germânicos, a Prússia comandou a invasão e conquista da França. Guilherme I foi proclamado Imperador da Alemanha em 1871, concluindo assim o processo de unificação da Alemanha. As principais consequências da unificação alemã foram o desenvolvimento econômico e militar da Alemanha; crescimento do poder geopolítico da Alemanha na Europa; Entrada da Alemanha na disputa por território no processo de neocolonização da África e Ásia e a formação da Tríplice Aliança em 1882, bloco político-militar composto por Áustria, Itália e Alemanha.





Unificação da Alemanha